Os textos abaixo foram resgatados de meu perfil na “rede social”. Certamente, ficariam perdidos naquele excesso de informação. São pequenas análises dos dez discos lançados por Marisa desde o começo da carreira solo por volta de 1987. Dez pequenas resenhas em formato de contagem regressiva para o show Verdade, uma ilusão, ao qual pude assistir em 17 de janeiro deste ano, no Teatro Guararapes, em Olinda.
#10 Começo a contagem regressiva para o show da cantora que não só “me deu” interpretações de músicas maravilhosas, mas que também me presenteou com a trilha sonora de minha vida. Ouvi Marisa Monte pela primeira vez em 1997. Era o som vindo de uma fita k7 no Escort de meu tio. O carro não existe mais, mas as lembranças...
A música, Bem que se quis, versão de Nelson Motta para a E po’ che fa’ do italiano Pino Daniele, foi a primeira que tocou minha alma e corou meu corpo. Simplesmente linda e pode ser conferida no vídeo a seguir! O álbum de estreia, lançado em 1987, apresentava a cantora de forma direta: o Marisa Monte vendeu meio milhão de cópias e é considerado pela revista Rolling Stone Brasil um dos 100 melhores discos da música brasileira.
Além de minha canção preferida, destaco as interpretações de mais quatro: Preciso me encontrar, de Candeia; Xote das meninas, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas; Lenda das sereias, samba do Império Serrano composto por Vicente, Dionel e Veloso; e Speak low, de Ogden Nash e Kurt Weill.
#9 A regressiva continua... A nove dias do show, é momento de relembrar o Marisa Monte Mais, segundo álbum da cantora, lançado em 1991. Quem nunca namorou, pensou no amor, apaixonou-se ao som de Ainda lembro, de Marisa e Nando Reis; e Eu sei (Na mira), também de Marisa?
Nesse trabalho mais autoral, qual professor de português nunca pensou em usar as músicas Beija eu, parceria entre MM, Arnaldo Antunes e Arto Lindsay; ou Diariamente, de Nando Reis, para explicar colocação pronominal e figuras de linguagem? Eu já usei!
No clipe, a gravação da caetana De noite na cama... onde “EU FICO PENSANDO SE VOCÊ ME AMA”. Na verdade, penso em qualquer lugar.
#8 Como o samba faz bem a Marisa. E como Marisa faz bem ao samba... Verde Anil Amarelo Cor de Rosa e Carvão – o terceiro disco de Marisa Monte, lançado em 1994, foi batizado com os versos da música Seo Zé, adiantando o que viria a ser a futura parceria TRIBALÍSTICA entre a cantora, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown.
É um álbum que mistura regiões, sentimentos, cores, idades... é cidadão do Mundo. Uno e múltiplo, preferi não destacar uma canção em meio a tantas maravilhas da nossa música. Poemas à vida que recebem as visitas do Rio Azul da Portela, de Paulinho da Viola, Nando Reis, Lou Reed, Arto Lindsay, Jorge Benjor, Bubú da Portela, Jamelão, Nando Reis, Arnaldo e Carlinhos.
Oito dias para um show esperado há 12 anos. #NÃOSUPORTOMAISTUAAUSÊNCIA e fico com Esta melodia, de Bubú da Portela e Jamelão.
#7 Causou barulho o álbum lançado por Marisa Monte em 1996. Com ilustrações do artista pornô-naif Carlos Zéfiro, Barulhinho Bom: uma viagem musical mistura músicas inéditas e regravações de sucessos da cantora. Sobre o trabalho plástico, Nelson Motta chega a considerá-lo uma das dez principais capas de discos brasileiros na história, proibida, inclusive, de ser exposta nos Estados Unidos.
Por ser um disco duplo, ele entra duas vezes nesta contagem regressiva. O Barulhinho “Ao Vivo” foi gravado no Teatro Carlos Gomes (RJ) e no Teatro Guararapes (PE), local do show da artista daqui a sete dias. Na década de 1990, a plateia do Recife recebia estreias nacionais de shows de grandes artistas. Se o pernambucano, chamado de público termômetro pela Revista Veja – 28 Graus, recebesse bem o espetáculo, o sucesso era garantido em todo o Brasil. No caso de Marisa, até em outros países.
Nessa viagem musical, impossível não destacar a regravação de Segue o seco, composta por Carlinhos Brown e lançada no trabalho anterior da cantora. E o que falar sobre o clipe dessa música? Inicialmente, o vídeo seria rodado no Sertão nordestino. Na época da gravação, porém, a prece sertaneja foi ouvida: a chuva mudou a paisagem árida da caatinga, impossibilitando a filmagem a céu aberto.
O resultado do estúdio foi premiado com cinco troféus no Video Music Brasil VMB 1995: clipe do ano, MPB, direção, edição e fotografia. Abaixo, o registro da apresentação de Marisa durante a premiação na MTV.
#CHUVAVEMMEDIZERSEPOSSOIRLÁEMCIMAPRADERRAMARVOCÊ
#6 Depois de escrever sobre a gravação ao vivo de Barulhinho Bom: uma viagem musical, momento de relembrar o disco 2 produzido em “Estúdio” para esse álbum duplo. Serei breve!
A seis dias do show Verdade, uma ilusão, ouvir os sete barulhinhos, as sete músicas do disco, fazem-me lembrar da rapidez de nossas relações. Estou a poucos dias de um show esperado há anos. O tempo é relativo, senhores!
Nesta vida, tudo eletrônico, tudo rápido, tudo experimental, MAS AINDA ESTAMOS VIVOS... Como nos lembra Cérebro eletrônico, composta por Gilberto Gil, a música desta sexta virtual! #PORQUESOUVIVO(EMUITOVIVO)
#5 #MEMÓRIAS: E no meio de tanta gente eu encontrei você... #CRÔNICAS: Apagaram tudo. Pintaram tudo de cinza. A palavra no muro ficou coberta de tinta... #DECLARAÇÕES DE AMOR: Deixa eu dizer que te amo. Deixa eu pensar em você...
Com Memórias, Crônicas e Declarações de Amor (2000) Marisa Monte se tornou ainda mais popular. No Brasil, foram duas milhões de cópias vendidas, impulsionadas pelo hit Amor, I love you, de Carlinhos Brown e Marisa, com o clipe da música lançado no Fantástico (Rede Globo).
Falar de amor é o grande objetivo do álbum. E isso foi feito com louvor, garantindo o reconhecimento do disco. Clipes, site, música, DVD... tudo nesse trabalho foi premiado: Video Music Brasil, Grammy Latino e Prêmio Multishow da Música Brasileira. Ou seja, sucesso de público e de crítica.
Tema de amor, também composta por Marisa e Carlinhos, é a música que destaco desse disco. Amar é maravilhoso, Amigos! Amem! #EUCONHECÇOTODOJEITO
#4 Dez anos de parceria... companheirismo... intimidade... O trabalho no álbum Tribalista é bem feito, muito bem feito, mas não me empolga tanto como os outros discos de Marisa Monte. Lançado em 2003, traduz a relação de um #TRIO muito importante para a música brasileira: MM, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes.
Destaco Carnavália. No clima de Carnaval, no clima do samba... Letra cheia de malícia, vontade, tesão, simplicidade, entrega, homenagem e amor! #VEMMENAMORAR
#3 Todos nós escondemos tesouros desconhecidos, reticências habitam nosso ser. Vejo o álbum Infinito Particular (2006) dessa forma. De título simples e poético, as músicas do disco me acompanham nos momentos em que preciso me encontrar.
Entre riquezas inéditas ou regravadas, encontra-se uma homenagem a Pernambuco, composta por Marisa Monte, em parceria com Rodrigo Campelo, enquanto ela viajava por estradas entre canaviais de minha terra. De além-mar, ao mar de cana, com vocês: Pernambucobucolismo.
#EUVOUFAZERUMAREVOLUÇÃO Que ela comece em mim!
#2 Universo ao meu redor, disco lançado em 2006 ao mesmo tempo do Infinito particular, reflete a influência do samba na vida de Marisa Monte. Não é apenas um álbum de, mas de e sobre #SAMBA, sobre as histórias por trás desse gênero musical.
Abençoado pelos portelenses Monarca e Paulinho da Viola e por uma das maiores representantes da “família imperial”, Dona Ivone Lara, Universo canta o amor, a música, o ser humano, a paixão, o desejo, a tristeza, a natureza... Se “tarde, já de manhã cedinho” você ouvisse boas músicas...
Se “novo dia, sigo pensando em você” e você também pensasse...
Se “pela primeira vez, eu chorei” por prazer, não por dor...
Se “sim, são três letrinhas” eu também posso dizer não...
Se “eu só não te convido pra dançar” porque sou tímido...
Se “a minha vida era só melancolia” e era...
Se “coração não tem barreira não” e eu (não) procuro outras barreiras...
Se “where are you? I am here” and I speak Portuguese...
Se “eu movo dezenas de músculos para sorrir” e ainda consigo rir...
Se “foram tantos sofrimentos e decepções” necessários...
Se “quem foi que disse que é impossível ser feliz sozinho” estava certo...
Se “entre nós deve haver sinceridade” cumplicidade, verdade, lealdade, sinônimos...
Se “só porque disse que não me quer, não quer dizer que não vá querer” ou não...
Se “nasceu em meu jardim uma linda rosa perfumada” e eu poderei dar a alguém...
Se você leu tudo isso, o samba faz parte de nossas vidas. É o nosso #UNIVERSO, e ficamos todos #SATISFEITOS, como na música de Marisa, Carlinhos e Arnaldo.
#1 Eis que completo a contagem regressiva. Nos últimos dez dias, contei, ansiosamente, a chegada de um show que espero há 12 anos. Já disse que Marisa Monte é trilha sonora de minha vida, e sou feliz por isso.
O que você quer saber de verdade?, música de Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, dá nome ao álbum lançado em 2011. Ele é para ser ouvido do começo ao fim, música por música, como se fosse o contar de uma história de amor. São canções que se completam, iguais a encontros, desencontros e reencontros de pessoas que se amam.
Já a turnê do disco OQVQSDV foi batizada com o nome de outra música: Verdade, uma ilusão, também composta pelo trio. "Verdade, seu nome é mentira." #VERDADE? #MENTIRA? A verdade está dentro de cada um.
Dia do show - Marisa Monte canta, fala, encanta... como se fosse dar um último suspiro. É de uma entrega simples e verdadeira. É um sopro de vida!
Foto: Francisco Danilo Shimada

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