sexta-feira, 12 de abril de 2013

Quem sou eu e por que escolhi o jornalismo como profissão*

Filho da paraibana Lúcia Jovina Soares dos Santos e do paulista Ivo Teruo Shimada, nasci pernambucano aos vinte primeiros minutos de um sábado, em 30 de agosto de 1986, e recebi o nome de Francisco Danilo Soares dos Santos Shimada. Ainda vivo no bairro de Maranguape II, cidade do Paulista, aquela que já foi a terra do eucalipto, do algodão e das chaminés. De região repleta de histórias, passei a observar o mundo a partir de uma visão periférica, a contar a história dos outros e a minha própria.

“Em 25 de julho de 1987, segundo minha mãe, eu dava mais um passo rumo a uma das necessidades mais encantadoras dos seres humanos: o comunicar através da fala. Disse algo que se assemelhou a ‘papai’. Por sorte, e num maravilhoso capricho do destino, 25 anos depois, num mesmo 25 de julho, eu ultrapassei mais uma fase desse comunicar. Com orgulho, recebi o título de bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).”

O pequeno recorte acima faz parte do agradecimento, que postei em meu perfil numa rede social, logo após ser diplomado jornalista. Com a leitura dos comentários postados em minha página na internet, percebi o quanto sempre estive ligado à vontade de comunicar, seja por questões de intuição, vontade ou destino. Mas até chegar à colação de grau, diversas experiências enriqueceram-me, fizeram-me acreditar na máxima que “informação só é validada com formação” e permitiram-me saber quem sou e qual minha função.

Quando mais novo, sempre pensei em ser jornalista, médico e jogador de vôlei. Conciliar tudo isso seria o grande desafio. Até consegui ser um bom ponteiro, mas a altura não me permitiu continuar em quadra. No mesmo caminho das escolhas, desisti duas vezes de medicina. Na primeira, troquei bisturis e tesouras por provas e cadernetas e comecei a estudar letras.

Ser professor foi uma das pouquíssimas decisões que não tomei diretamente. Na verdade, fui escolhido para ser o “tio” de muitas “criaturas” pelas vivências que tive durante meu ensino médio, entre 2001 e 2003. Nesse período, auxiliando minha mãe, pude alfabetizar minha avó e algumas amigas de minha dela, a avó, que faziam parte do Grupo da Boa Idade de Maranguape II. Também fiquei um tempo como professor voluntário em um abrigo para jovens no mesmo bairro. Passados alguns anos em sala de aula, só posso afirmar o quanto me sinto feliz e realizado nesse caminho, que ainda preciso concluir.

A segunda vez que desisti de medicina foi para, finalmente, optar por jornalismo. A escolha se deu em 15 minutos. Estava com minha vaga garantida no curso da Faculdade Pernambucana de Saúde, quando mudei minha decisão e optei pela única vaga de jornalismo oferecida pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) na Católica. Os consultórios médicos perderam o cardiologista, mas as redações, os estúdios e as salas de aula ganharam um profissional apaixonado pelo que faz. Um profissional que tem o apoio de família, amigos, alunos, companheiros de trabalho e vizinhos.

Ainda creio que parte de meu desejo jornalístico também se deva ao meu ano de nascimento: 1986. Ano de Copa do Mundo de Futebol vencida pela Argentina; aparição do cometa Halley; criação do Plano Cruzado; desastre na Usina Nuclear de Chernobyl; explosão do ônibus espacial Challenger... Intrigantes acontecimentos que mereceram ser noticiados.

A necessidade de trocar informações e descobrir coisas, comuns aos virginianos, fez-me enveredar por caminhos jornalísticos diversos: membro do Conselho Editorial da revista O Caldo, em 2006, pude escrever sobre formação política e social e educação; no Tribunal de Justiça de Pernambuco, de 2010 a 2012, tive a liberdade de trabalhar com redes sociais, editar livros e produzir revistas, mas, além de tudo isso, pude mudar a preconceituosa visão que tinha da Justiça no Brasil; no Comitê Olímpico Brasileiro, desde 2008, pude viajar para quatro estados brasileiros e cobrir a prática esportiva entre estudantes.

O ser jornalista permitiu-me ser múltiplo.

*Texto com o qual concorri a uma das vagas do 30º Curso Abril de Jornalismo. Cheguei até a última fase do processo seletivo, quando fui entrevistado pelo jornalista Edward Pimenta, em novembro de 2012, no Recife (PE), mas não fui aprovado.

Francisco Danilo Shimada

Um comentário:

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