As cópias foram distribuídas para os alunos pelos três representantes de turma (um religioso, um esportivo e um cultural). Eram muitos estudantes, muitas tarefas, todas bem dividas. Traços de uma organização indígena numa instituição católica, talvez. Fazia um bonito sol lá fora, os galhos das árvores de olho-de-pombo balançavam com a brisa da tarde. Mas não havia índios, a natureza em toda sua exuberância, parecia um pouco morta.
A coordenadora falou sobre a importância e a situação dos nossos ancestrais indígenas. Num apelo emocionado, ela pediu para nos lembrarmos do Dia do Índio muito além da data comemorativa. Após um breve debate, começou a dedilhar o violão e cantou. Não há o registro, mas temos Baby.
Jorge Ben foi muito além da homenagem aos povos indígenas na música. A canção é, na verdade, um pedido de socorro. Dos mais de três milhões de índios – que habitavam Pindorama, a Ilha de Vera Cruz, a Terra de Santa Cruz, o Brasil – restam alguns milhares. Das centenas de etnias existentes, em 1500, poucas têm registros, inúmeras “sumiram”. Sobre os idiomas, muito foi condensado no tupi-guarani; outra grande parte foi esquecida, dizimada.
De lá para cá, em várias escolas, já me pintei como os índios, assisti a apresentações, dancei, doei alimentos, comprei artefatos, muitas vezes, sempre por conta dessa data. Numa oportunidade única, a mais intrigante, vi índios no Zoológico de Dois Irmãos, no Recife (PE), fazerem a dança da chuva. O céu escureceu. Foi lindo, único, encantador! Choveu! Um pouco, mas choveu. Tupã se fez presente.
A história por trás da data – O 19 de abril é dedicado aos índios, em todo território americano, por conta da participação de diversos líderes indígenas no I Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México, em 1940. Após o receio de participar do evento, nos primeiros dias, por conta das perseguições sofridas, os representantes das tribos foram ao encontro dos líderes políticos discutir ações para a preservação da memória dos índios. No Brasil, a data passou a ser comemorada em 1943, através do decreto lei de número 5.540, assinado pelo presidente Getúlio Vargas.
Francisco Danilo Shimada
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ótimo ter você aqui no Texstando! Mande as ordens. Vamos texstar?!